Saem os prontuários com letra de médico e as pastas com fichas de pacientes, entram os documentos com assinatura digital e os bancos de dados virtuais.
Em alguns hospitais espalhados pelo país, rotinas “analógicas”, como checagem de medicação e registro de pacientes, já foram transportadas para o digital.
No Real Hospital Português de Beneficência, em Pernambuco, por exemplo, um sistema único desenhado pela área de tecnologia da informação permite que, desde a entrada do paciente na instituição, todos os seus movimentos sejam monitorados.
Prontuários e exames são visualizados on-line. Quando o médico solicita um remédio, o pedido chega à farmácia, a enfermagem é notificada e a conta já vai para o paciente ou plano de saúde.
“É tudo interligado. O sistema monitora horários de medicação, tempo de atendimento e processos administrativos, como solicitação de equipamentos”, diz Ademir Novais, gerente de tecnologia da informação da instituição.
De seis anos para cá, quando a ferramenta passou a funcionar mais amplamente, o faturamento do hospital cresceu 300% e aumentou em 40% o número de atendimentos emergenciais realizados. O tempo para a liberação de um leito caiu de seis horas para uma hora e 20 minutos.
“A informatização evita telefonemas, caminhadas incessantes entre setores para localizar dados, reduz custos com papel e filmes radiográficos e nos libera para prestar mais atenção no paciente e menos na papelada”, afirma Petrus Silva Costa, coordenador de emergência geral do hospital.
Ainda no Nordeste, a rede Hapvida é uma das pioneiras no uso da biometria para identificar pacientes e funcionários.
O sistema foi implementado em 1997 para tentar reduzir fraudes. Deu tão certo que a instituição resolveu adotar, mais recentemente, prontuários digitais unificados para toda a rede, além de uma ferramenta para o agendamento de consultas on-line, totens de autoatendimento e até aplicativos para celular em que o usuário pode acompanhar resultados de exames e marcar procedimentos.
“Se o paciente não quiser, nem precisa falar com um atendente”, diz Tarciso Machado, superintendente de tecnologia do Hapvida.
Nos últimos três anos, a rede conseguiu diminuir em 20% o tempo de espera nos ambulatórios. Caiu também o número de consultas e exames.
Para a vendedora Raquel Ferreira, 28, paciente do Hapvida há cinco anos, a tecnologia só trouxe vantagens.
“Não tenho que levar mais aqueles envelopes de exames nas consultas e posso marcar tudo pelo computador.”
TEXTO DE JULIANA VINES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA.